CLÍNICA E CIRURGIA DO PÉ E TORNOZELO

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HALUX VALGUS – JOANETE

Hoje isto não é uma realidade pois operamos com anestesia local praticamente todos os joanetes (halux valgus) com anestésicos que permitem até 18 horas de anestesia e associamos bons analgésicos. A tecnologia de anestesia e analgesia evoluiu muito e não há porque sofrer em pós operatório.

O outro item, de recidiva é porque alguns pacientes, especialmente os que têm hipermobilidade do I metatarso, têm essa propensão. Antigamente quase todos os cirurgiões faziam a técnica de só cortar a borda interna da cabeça do I metatarso e dar alguns pontos reforçando a cápsula interna da articulação entre o metatarso e o halux. Não era culpa deles pois era a técnica que se tinha às mãos. Hoje, as técnicas evoluíram muito e se se observar os itens citados anteriormente, a correção é eficaz e definitiva.

Na maioria das técnicas, os pacientes podem andar praticamente de imediato. Utilizamos uma sandália (sandália de Barouk) que tem um solado parecido com o de uma papete, com a parte anterior um pouco mais elevado que no calcanhar e que joga a carga mais para o calcanhar e permite andar bem já na primeira semana. Eventualmente recomendamos muleta ou bengalas para não forçar muito as cicatrizes e não ocorrer hematoma, edema.

Edema, inchaço no pé faz parte de qualquer procedimento nos pés. É importante ter-se consciência disto. Algumas pessoas vão ter edema até por um ano bem como cicatrizes mais, mais elevadas. Por melhor que seja a técnica, há a influência do organismo e tendência a cicatrização hipertrófica, com formação de queloides. Em sua maioria resolve-se espontaneamente.

Na maioria das cirurgias de halux valgus, necessita-se a utilização de pequenos parafusos, micro placas e pinos metálicos pois as técnicas consistem quase todas na realização de pequenos cortes ósseos e reposicionamento dos ossos desviados e fixação com estes materiais que posteriormente são retirados pois predispõem a manutenção do edema.

 

O halux valgus (ou o famoso joanete) não é o que todos imaginam, de crescer uma protuberância óssea na região interna do I metatarso (no lado interno do pé). Na verdade, o que ocorre é a abertura do I espaço entre os I e II metatarsos. Normalmente, o I metatarso vai-se desviando para dentro (varizando, como dizemos na ortopedia) e então, a cabeça do I metatarso vai ficando mais protrusa na borda interna do pé e o halux (o dedo maior) vai-se desviando lateralmente. Então, isto é o mecanismo da deformidade.

Há várias técnicas de como se corrigir o halux valgus. É importante avaliar vários parâmetros para que a cirurgia tenha um sucesso.

  • Avaliar se há boa mobilidade articular entre o halux e o I metatarso.
  • Avaliar o comprimento dos metatarsos (ossos logo atrás das falanges, ou dos dedos). Quando a pessoa tem o II metatarso longo, maior do que o primeiro, é o que chamamos de “index minus” e é a maior causa de dor na região plantar do antepé (sob os metatarsos centrais, que gera muitas calosidades e dores). Isto é muito importante, pois qualquer técnica que encurte um pouco o primeiro metatarso, pode levar a piorar a dor central, sob os metatarsos e apesar do pé às vezes ficar bem corrigido, em relação ao joanete, ou halux valgus, vai gerar uma dor que só melhorará com outros procedimentos cirúrgicos até maiores do que a cirurgia inicial. Muitas vezes, mesmo não encurtando o I metatarso, precisa-se encurtar os metatarsos centrais, especialmente o II e III para que não ocorra persistência de dor neste local.
  • Avaliar se o I metatarso apresenta movimentos excessivos em sua base pois se isto ocorre, a maioria das técnicas pode gerar recidiva da deformidade.
  • Avaliar a posição dos demais metatarsos (alguns pacientes apresentam todos os metatarsos desviados para dentro e são casos em que não se consegue uma correção completa e para tal precisa-se de uma cirurgia muito agressiva e é melhor aceitar um residual de deformidade e estudar bem qual técnica realizar pois são os casos de mais difícil solução);
  • Avaliar a expectativa do paciente;
  • Avaliar a pele, o aspecto vascular (pessoas com reumatismo, bem como aqueles que tomam medicamentos que alteram o sistema imunológico têm propensão maior a problemas de cicatrização e infecções);
  • Deformidades dos dedos menores associadas (dedos em garra, martelo, desvio laterais ou mediais, lesões de placa plantar…).

 

A CIRURGIA DE HALUX VALGUS É MUITO SIMPLES (ESTE É UM MITO).

É uma cirurgia muito boa, pois melhora muito a mecânica do pé e de dores ao uso de calçados fechados, mas é uma cirurgia de muitos detalhes técnicos. Por melhor que seja realizada, algumas vezes necessita alguma revisão pois podem ocorrer alguns calos ósseos, pequenos desvios residuais, aderências e outras pequenas intercorrências. Não é falha técnica nem erro médico. É porque o pé realmente é uma localização de muita sobrecarga mecânica, muita física e biomecânica complexa mas que apesar disto, dá resultados muito bons e a qualidade de vida das pessoas melhora muito. É o que me estimula a sempre estar operando esta patologia que é um desafio em alguns casos clínicos.