CLÍNICA E CIRURGIA DO PÉ E TORNOZELO

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PÉ DIABÉTICO

Diabetes é uma doença muito grave se não levada a sério pelo paciente e precisa de muitos profissionais médicos e não médicos acompanhando o paciente.
Caracteriza-se pelo aumento da glicose no sangue e pode ser devido à falta de produção de insulina no corpo ou devido à incapacidade da insulina executar suas funções habituais no corpo. A insulina é produzida pelo pâncreas e ajuda no processamento dos alimentos e transformar isto em energia.
Há dois tipos de diabetes: tipo 1, que normalmente se inicia mais precocemente, até mesmo na infância e o tipo 2, que tem grande relação com dietas inadequadas, especialmente nas pessoas obesas.
Há uma série de complicações relacionadas com  diabetes, como complicações oculares, renais, além de comprometimento frequente da circulação e sensibilidade das pernas e pés.
Estima-se que em torno de 7-14% da população possa ter diabetes e muitos destes sem diagnósticos e esta é uma das causas de se descobrir muitas vezes já com o individuo com alguma sequela que será irreversível, como as relacionadas com as vistas, os rins e mesmo a circulação das pernas, levando a grandes danos para o paciente. Nos Estados Unidos, calcula-se em torno de 16 milhões de pessoas com diabetes. Destas, em torno de 25% (4 milhões) desenvolverão problemas com os pés, como úlceras, deformidades, dores frequentes e mesmo amputações.
Há duas complicações gradativas que devem ser avaliadas frequentemente nos pés:

1 – alterações vasculares – há uma obstrução gradativa dos vasos (tanto das grandes artérias quando das pequenas, que levam o sangue para as extremidades) conhecida como arteriosclerose, que é um processo gradual e normal nos seres humanos mas que nos diabéticos é bem mais pronunciado e além da obstrução dos vasos das pernas e pés, pode também obstruir as coronárias e artérias cerebrais, sendo esta uma das causas mais frequentes de infarto nos diabéticos.

2 – neuropatia – a circulação deficiente leva a uma má nutrição dos nervos (bem como de outros fatores) que levam gradativamente a uma perda da capacidade de sentir dor, calor e frio nos pés, nos diabéticos. Este talvez seja o mais grave fator para a evolução das grandes complicações nos pés, que muitas vezes leva a amputação. Como a pessoa diabética não sente dor, ou sente menos, machuca mais frequentemente, queima a pele da planta do pé ou machuca com sapatos apertados

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Geralmente só descobre quando já apresenta algum sinal de infecção na pele ou mesmo mais profunda (no osso ou articulação). Pela má circulação, as feridas fecham-se com mais dificuldade e a evolução para infecção grave é frequente, levando muitas vezes à amputação de dedos ou do pé, ou perna. Existe ainda um tipo de neuropatia, que é a motora, que controla os tendões dos dedos e o paciente começa a desenvolver deformidades em garra dos dedos, o que leva a mais atrito nos dedos pelos calçados, sendo este também um predisponente à abertura de feridas nos dedos ou na sola dos pés, levando à  osteomielite (infecção nos ossos) por simples feridas, que levam ao quadro citado antes.

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PREVENÇÃO E CUIDADOS COM OS PÉS, PARA O DIABÉTICO

  • Cuidar bem dos níveis de glicose (controle diário da glicose e da alimentação);
  • NÃO FUME;
  • Inspecione o pé diariamente (observar pontos avermelhados na sola dos pés, entre os dedos, no dorso dos dedos, nas unhas; observar se não há infecção nas unhas); se houver obesidade associada, usar um espelho para avaliar os pés ou outra pessoa fazer isso todos os dias; se houver alguma bolha, ferida que não fecha, procurar o médico imediatamente;
  • Cuidados com vermelhidão e edema súbito no pé (mesmo que não sinta dor); pode ser indício de infecção ou fratura (que leva à artropatia de Charcot= fratura e destruição articular, freqüente no diabético);
  • Não ande descalço, nem em casa e nem em outro lugar (especialmente em bordas de piscinas e praia – o chão pode estar queimando e pela sensibilidade diminuída, não se sentir) – a maioria dos pequenos acidentes ocorrem em casa, como bater o dedinho em quinas e aí se iniciam as complicações; use chinelos fechados ao sair da cama;
  • Não use fitas ou outros produtos aderentes que podem machucar a pele;
  • Não use produtos químicos (especialmente os de calos) sem orientação de especialistas;
  • Não use meias apertadas e com elásticos e cintas que podem comprimir a circulação;
  • Lavar bem os pés e os secar melhor ainda. Tomar cuidados com água quente (pode-se testar com o cotovelo ou usar um termômetro) – evite gelo e bolsa quente nos pés;
  • Usar cremes hidratantes na sola dos pés e pele do dorso (não usar entre os dedos que pode levar a aumento da umidade e infecção);
  • Cortar as unhas regularmente (não cortar muito curtas para não ferir ou NÃO CORTAR OS CANTOS E NEM ARRANCAR AS PELES OU CUTÍCULAS PARA EVITAR INFECÇÕES). Unhas grossas e amareladas devem ser cuidadas por especialistas dos cuidados de pele e unhas dos pés (que tenha experiência e saiba dos cuidados necessários com o paciente diabético); dê preferência ao uso de cortadores de unhas ao invés de tesouras e use lixas para modelar a unha, sem arredondar os cantos;
  • Evite sandálias com alças que possam apertar os dedos e o dorso do pé;
  • COMO COMPRAR SAPATOS? Dar preferência a calçados com solados grossos e mais rígidos (com Rocker) e com bicos mais largos e altos e sem costuras internas que podem ser fator de ferir a pele dos dedos e dorso do pé; o tamanho ideal é que seja em torno de 6% a mais do tamanho do pé – em termos práticos, encolha os dedos e veja se o dedão da mão (polegar) cabe atrás. Comprou? Então comece a usar por somente duas horas ao dia e observe se não está machucando a pele e então aumente gradativamente. Faça rodízio de calçados para evitar umidades excessivas (tenha mais de um par de sapatos). Sempre verifique se não há algum objeto dentro do sapato, antes de calçá-lo. Se os dedos já estão com alguma deformidade (dedos em garra), procure realmente usar calçados com bicos mais altos e de preferência, sapatos que possam adaptar uma palmilha com suporte atrás das cabeças dos metatarsos e que não apertarão os dedos. Se as deformidades já são mais avançadas, use calçados especiais, com tecidos como neoprene, no dorso e que não machucam os dedos;
  • Médicos a se visitar: endocrinologista ou um bom clínico geral para acompanhar o lado clínico da doença; oftalmologista; angiologista; ortopedista, especialista em patologias dos pés; (há outras especialidades como nefrologista, cardiologista, neurologista em que acaso o quadro clínico apresente alguma complicação, o endocrinologista ou clínico geral, indicará)
  • Pratique exercícios regularmente: alongamentos da panturrilha e manutenção de mobilidade articular das articulações metatarso-falangeanas (dedos) e do tornozelo previnem sobrecarga no meio do pé, que levam frequentemente a fraturas espontâneas (Charcot) neste local. Alongar regularmente, sem excessos para não ocorrer lesão articular, tendinosa ou muscular é o ideal. Caminhadas também são boas atividades físicas, desde que não apresente deformidades nos pés e com calçados e palmilhas adequadas. Faça uma avaliação médica antes de iniciar estas atividades.DICAS DE ALONGAMENTOS PARA PREVENÇÃO DE DORES NOS PÉS NAS CAMINHADAS E CORRIDAS: